RELATO DE UM IDOSO
No rosto marcado, rugas de sabedoria
Não mudam as digitais, marcas e sinais
Labuta e lamento terminam sem alegria
O que me restou? Pobre aposentadoria.
Aqueles que agüentam fazem um extra
Vendem quinquilharias nas esquinas
Recolhem descartáveis, as latinhas...
Faz-se de tudo, de tudo se engendra.
Outros já não têm a mesma sorte
Impossibilitados de qualquer ato
Esperam somente a santa morte
Salvação, melhor será do outro lado?
Eu? Vou vivendo sem retroceder no tempo
Choro sozinho, quando acendo o fogão
Falta tudo, arroz, feijão, alimento
E o remédio, não consigo pagar não!
Se pago o aluguel não dá para comer
Se comer não vou ter como morar
O governo promete o medicamento
Vou buscar, aí é a dor, o sofrimento
Dói ouvir negativas, pedir ajuda, é tosco
Já fui e fiz tanto nessa vida...
Agora pergunta se de deixei de pagar imposto
Desgosto, as rugas? São de Deus dádivas de uma vida!
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http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm
Dueto com a poetisa Vony Ferreira
No rosto marcado, rugas de sabedoria Não mudam as digitais, marcas e sinais Labuta e lamento, termino sem alegria O que me restou? Pobre aposentadoria. (Tânia Camargo) Não mudam o que foste nem o que deste Em generosa dádiva ao teu País Agora que tanto precisas, esquecem-te Como se não tivesses memória e raiz! (Vóny Ferreira) Aqueles que aguentam fazem um extra Vendem quinquilharias nas esquinas Recolhem descartáveis, as latinhas... Faz-se de tudo, de tudo se engendra. (Tânia Camargo) Ah, espírito infame, abominável cobardia Daqueles que te tratam agora como lixo Esquecem-se que foste jovem um dia Zombando da idade e do teu esforço (Vóny Ferreira) Outro já não tem a mesma sorte Impossibilitados de qualquer ato Esperam somente a santa morte Salvação, melhor será do outro lado? (Tânia Camargo) Um outro senta-se no banco do jardim Arranhando a solidão com o olhar Vendo apático a indiferença passar Olha-me triste e fica dentro de mim! (Vóny Ferreira) Eu? Vou vivendo sem retroceder no tempo Choro sozinho, quando acendo o fogão Falta tudo, arroz, feijão, alimento E o remédio, não consigo pagar não! (Tânia Camargo) Miséria, desprezo, agonia, desatenção É o preço que têm por serem idosos Nem as lágrimas que choram lhes aquece a mão Que o frio enregela como punhais transparentes! (Vóny Ferreira) Se pago o aluguel não dá para comer Se comer não vou ter como morar O governo promete o medicamento Vou buscar, aí é a dor, o sofrimento (Tânia Camargo) Ah, País, não sentes essa vil vergonha? Não sejas como a avestruz, que mete a cabeça na areia. Trata os teus velhos com dignidade Trata os teus velhos como merecem! (Vóny Ferreira) Dói ouvir negativas, pedir ajuda, é tosco Já fui e fiz tanto nessa vida... Agora pergunta deixei de pagar imposto Desgosto, as rugas? São de Deus, dádivas de uma vida ! (Tânia Camargo) ATENÇÃO: - A TODOS OS LEITORES DESTE "SITE" DEIXO A SEGUINTE INFORMAÇÃO: - "OS POEMAS, TEXTOS E CRÓNICAS, ESTÃO REGISTADOS NA SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES E... IGAC. É EXPRESSAMENTE PROIBIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER DESTES TEXTOS SEM AUTORIZAÇÃO DA AUTORA. (Vóny Ferreira) |
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