quarta-feira, 31 de maio de 2017





Nuvem negra

A felicidade é igual a fumaça do cigarro
Depois de tragá-la  desaparece num jaz
O que você faz com um belo carro?
Por um minuto a beleza o satisfaz

Jamais pensou na minoria incapaz
Gente morrendo de fome lá atrás
Gente morrendo por descaso, tanto faz
Orbe onde a ganância impera, é tenaz

E no tanto faz egoísta o riso é falso
As aquisições são temporárias, óbvio
Constroem no diário o cadafalso
Forca provocada por gravatas de ócio

Eu ainda não falei das flores artificiais
Nem das luzes de neon no palco da vida
Ilusões e glórias de alguns tão superficiais
Que obterão apenas a passagem de ida.

Na rotina diária o golpe vai à galope
Coices tantos que pobre dos animais
Comparados a essa gente que lidera o ibope
Os brasileiros? Esses não desistem jamais!

terça-feira, 30 de maio de 2017



Coma

De tanto levar pedradas aprendeu
Escorregou tantas vezes na verdade
Fraturando  a razão e não percebeu
A realidade atroz de uma cidade

Eram tantos zumbis indo e vindo
Tanta maldade à espreita de vítimas
E o riso constante dos algozes

Mas a pancada certeira doeu
Esteve em coma ilusória por dias
Viu-se numa dimensão estranha

E lá fixou morada  por muito tempo
Até que apagou a luz do abajur
Despertou e não mais se teve notícias

Cala a boca!




Cala a boca!

Cala a boca disseram os reis da terra
Aceita a realidade ilusória para viver
Assim termina um conto que aterra
Impõe  ao escravo, mostra o poder

Que dizer de uma bolha utópica
Onde o engano é a perfeita lei
Direi no silêncio aquilo que sei
                            Mas não escreverei, não mais!




#é o trato#bocafechada

O vento levou!

O vento levou!


Imprecisos dias de indecisão e agonia
Tudo era incerto, girava a roda sem parar
O ser confuso passou a viver em letargia
Ameaças iminentes, alma a dilacerar

Passo a passo de uma falsa acusação
E diriam os mais cultos: _ Culpado!
É tanta “maracutaia” e embuste em ação
Que  até a vã filosofia foi ultrajada

Os poderosos e as gravatas alinhadas
Saem incólumes, livres como pássaros
E o ser fraco e oprimido é o condenado

A cega justiça segue a passos caros
Lentamente a deteriorar a criatura
Provas são cabais, metáforas ao vento!