segunda-feira, 26 de março de 2012

Medo


  Medo
Por vezes penso que não morrerei
Contudo a lei diz que é verdade
Não posso fazer a volta contrária
Girar a terra em rotação errada

Tão pouco posso parar o tempo
Deter as horas, o relógio
Nem ter um colóquio com o medo

Medo de morrer amanhã
Medo de não mais viver
A vida me dá tanto prazer

Medo de estar tão perto e não ver
A profundidade de teus olhos escuros
Seriam caminhos tão obscuros

Medo de não mais te beijar
tocar o teu rosto,
sentir o teu gosto

O que sei é que passaremos,
hoje, amahã, depois....Até....

Enquanto há vida,
por favor vem me amar!

Divina


Divina

Esplendores em raios dourados
Madeixas da tarde ao vento
Marfim cravejado no céu azulado
Uma boca que causa acrescimento

Corpo aceso, chamas de prazer
Torneadas zonas intocadas
Floresta a devastar, conhecer
Divina, rosa primaveril antecipada

Meu corpo treme ante tua beleza
O coração já não cabe em meu peito
Tu és a feminilidade, uma deusa
Quisera ter-te em meu leito

Afeito aos teus caprichos de mulher
ès menina ao suscitar os desejos
és senhora para meus beijos
Faça de mim aquilo que quiser

Esperar-te é o meu destino
Não tê-la em meus braços é desatino
Não sejas belicosa, afasta os espinhos
Vem Divina, faça-me um carinho!


Poema de amor suburbano



Poema de amor suburbano

Tenhos os cabelos desfeitos,
a roupa amassada,
a maquiagem vencida
Esvaecida

Meu ser? Esse está perfeito!
Trago a alma lavada
Nos olhos uma labareda
estou meio lírica

I am a satisfied woman

estou meio bebada
de prazer e emoção
O amor virou paixão

Man of my dreams

Rapaz teu olhar é suspeito
despe-me na fixação
provoca-me alucinação
então

Mais um gole de vinho
e...

let's make love!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Do Jornalista Claudio Amaral para Irigino Camargo

Mestre Irigino Camargo

A história desta semana é novamente uma colaboração de Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br)


Tive mais de um mestre nestes
44 anos de Jornalismo. Mas tem
um que se destaca mais do que
os outros todos: Irigino Camargo.
Por mais de 30 anos ele foi dono,
diretor de Redação e diretor responsável
no Jornal do Comércio
de Marília (SP).
Foi lá, no JC, que eu comecei.
Primeiro como correspondente
em Adamantina, minha cidade
natal. Depois como repórter e secretário
de Redação em Marília. E
finalmente como correspondente
em São Paulo.
Conheci Irigino Camargo pessoalmente
em 1968, numa viagem
que fiz a Marília em companhia de
meus colegas que jogavam tênis
de mesa pela equipe de Adamantina.
Eu era do time B, mas tinha
o maior orgulho disso. Na época
eu já era correspondente em Adamantina
e fui visitar o homem que
me dera a primeira oportunidade
no Jornalismo Profissional, a partir
de 1º/5/1968.
Foi uma visita inesquecível. Até
porque ele disse, diplomaticamente,
que meus títulos eram bons,
mas poderiam melhorar ainda
mais. E me deu um livro dedicado
inteirinho à feitura de títulos para
jornal. Devorei o livro e me tornei
fã de títulos, sem jamais ter deixado
de cuidar dos textos, minha
grande paixão.
No final de 1968, numa nova
visita ao JC, em Marília, falei com
um amigo, por telefone, e disse
a ele que estava aguardando um
convite para me transferir para a
sede do jornal. Irigino escutou e
me convidou, assim que encerrei
a ligação.
Cheguei a Marília no dia 5 de
janeiro de 1969, um domingo. E
na 2ª.feira, logo cedo, estava no
jornal. Saí a semana inteira com
o repórter Francisco Giaxa para
conhecer locais e pessoas. Em
seguida, o mestre me instalou
numa pequena mesinha que tinha
uma máquina de escrever em
cima e ali eu meti as caras nos
textos e títulos.
Nos primeiros dias, ainda me
adaptando à cidade grande – ou
pelo menos bem maior do que
Adamantina – escrevi algo assim:
A Prefeitura e a Câmara funcionam
no Passo Municipal...”.
Irigino me corrigiu no ato: “Neste
caso, é paço com ç. Com ss é
passo de andar, caminhar”. Mal
sabia ele (ou sabia?) que na minha
cidade não tinha aquele tal de
Paço Municipal.
Seis meses depois Irigino me
chamou à porta do jornal e me
apresentou a Stipp Júnior. Ele
era da equipe de repórteres do
Estadão, tinha base em Taubaté
e constantemente viajava pelo
Estado de São Paulo e pelo Brasil.
Até para o exterior tinha ido.
Stipp estava em Marília para
uma série de reportagens e também
para encontrar um correspondente
fixo para o Estadão. Ao nos
apresentar, Irigino disse a Stipp:
Está aqui o correspondente que
você procura”. E não deu chance
para recusa.
Atravessamos a rua 9 de Julho
e fomos tomar minha bebida
preferida na época: Fanta Laranja.
Conversamos por horas e ficamos
combinados que Stipp falaria a
meu respeito com Raul Martins
Bastos, chefe dos correspondentes
do Estadão, que tinha a última
palavra para minha contratação.
A resposta veio em menos de
uma semana e eu comecei uma
nova e sonhada fase da minha

carreira como jornalista – tal como
havia previsto ao sair do Cine
Santo Antônio, após a solenidade
de formatura dos ginasianos do
Instituto Educacional Hellen Keller,
de Adamantina, em fins de 1967.
Isso, entretanto, não foi tudo que
Irigino Camargo fez por mim. Antes
de ser contratado pelo Estadão, ou
seja, no meu terceiro mês em Marília,
ele me chamou e avisou que
iria me registrar como “repórter
estagiário” do JC, porque eu estava
a merecer. Dei pulos de alegria.
Esse registro foi fundamental para
minha efetivação como “repórter”
quando entrou em vigor a lei que
em 1969 reconheceu a profissão
de jornalista.
Irigino Camargo foi importante
para mim também porque em
fins de 1970, pouco antes que eu
completasse dois anos de atuação
como jornalista, disse a ele, com a
voz trêmula e as pernas bambas,
que havia recebido um convite de
Raul Martins Bastos para me transferir
para a sucursal de Campinas
do Estadão. E para minha surpresa,
o mestre me disse: “Se você não
for eu te dou uma surra no meio da
rua”. Nos abraçamos pela primeira
vez e liguei imediatamente para o
Raul para anunciar que aceitava
a transferência. De Campinas fui
para São Paulo e da capital paulista,
para o Brasil e o mundo.
Nos cinco anos de Estadão conheci
gente grande como Eduardo
Martins, Ludemberg Góis, Clóvis
Rossi, Ricardo Kotscho, Oliveiros
S. Ferreira, A. P. Quartim
de Moraes, Luiz Carlos Ramos
(que me ensinou que “escrever é
como costurar...”), Ney Craveiro
(com quem aprendi a escrever
a respeito de tênis, boxe e basquete),
Luiz Roberto de Souza
Queiroz, Reginaldo Leme, João
Prado de Almeida Pacheco, Tuca
Pereira de Queirós, Ariovaldo
Bonas (Lins), Evandro Carlos
de Andrade (Brasília), Frederico
Branco, Ethevaldo Siqueira,
Darci Higobassi, Raul Quadros
(Rio), Mário Erbolato (Campinas),
Luiz Salgado Ribeiro, Sircarlos
Parra Cruz, Daniel Pereira, Silvio
Sérgio Sanvito, José Rodrigues
(Ourinhos e depois Santos), Augusto
Nunes, Osvaldo Martins,
Carlos Conde, Robert Appy,
Gelulfo Gonçalves, Itaborahy
Martins, Carlos Monforte, Carlos
Alberto Manente, Roberto Dantas,
Saul Galvão, Carlos Garcia
(Recife), Reginaldo Manente,
Miguel Urbano Rodrigues, Frederico
Heller, Alberto Tamer,
Décio Miranda (Porto Ferreira),
Sérgio Coelho (Sorocaba), Carlinhos
Whinter (Santos), César
Savi (Bauru), Antônio Higa (São
José do Rio Preto), Waldo Claro,
Everton Capri Freire, Dinaura
Landini, Adélia Borges, entre
tantos outros.
Irigino Camargo faleceu em
junho de 2004. Foi pai do também
jornalista Ariadne Penteado Camargo,
que trabalhou por décadas
no Estadão e no Jornal da Tarde e
morreu em 17/12/2010.


Jornalista Claudio Amaral

sábado, 17 de março de 2012

ROSA SEDUÇÃO


Rosa sedução

Rosa cálida , rubim fascinante
Tú és a deusa do meu jardim
ès tão meiga, nobre amante
Sou eu teu poeta querubim

Tens espinhos, és muito provocante
A tal perigo exponho-me e assim
Dilacera esse coração palpitante
Sorriso meigo, és puro cetim

Ah! Flor tuas pétalas iluminadas
Com o orvalho da noite alta
Teu corpo diamante, és desejada

Perfume raro de mulher amada
Rosa vermelho paixão, incauta
Estás nua, vês a lua ruborizada?

Lua sertaneja



Lua sertaneja


Tarde fagueira de perfume exótico
Na palmeira canta a última ave
Enquanto o sol despede-se eufórico
Com a chegada da lua tão suave

O sertão se cobre de estrelas a piscar
Na escuridão reina divina dama
Inspiração da minha escrita a libar
Raios prateados sobre minha cama

Dona majestosa do meu querer
Tu me fazes poeta sertanejo
Eu mal sei das letras ou escrever

De manhãzinha quando adormecer
Tu já terás ido com todo o gracejo
Sozinho estarei até novo entardecer!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Rua Maria Francisca Camargo - Marília/SP

Rua Maria Francisca Camargo – Marília/SP

Vó quanta saudade!
As memórias da minha infância são tão felizes.
A começar pelo neu nome que você escolheu.
Lembro-me dos nossos passeios pela Vila Fragata,
e outros lugares de Marília.
Da escola dominical, os hinos Vó, ainda não esqueci..
Quão grande era sua fé!
Você sempre tinha um remédio para as nossas doenças
infantis. Cada folha tinha sua serventia e eram centenas.
Curava-nos com os benefícios da natureza.
Erámos tão pobres Vó!
Vó Marica, você não sabia ler nem escrever, mas era
uma doutora.
Dos filhos que trouxeste ao mundo, o Dimas, a Edite,
o Irigino, pouco sei e dos filhos deles também.
Desconheço-os tanto que se encontrar um deles na
rua será como passar por alguém que nunca se viu
antes.
O que sei é da sua vida digna com o Vô José Camargo,
uma vida de trabalho, humildade e fé.
Mas hoje Vó, descobri que Marília te fez uma homenagem.:


Faleceu em Guarulhos em 13 de setembro de 1979, mãe do Irigino Camargo. Pelo requerimento nº 9330 do vereador Dr. Herval Rosa Seabra, foi dado seu nome a uma rua do Jardim Santa Antonieta.
Fonte: Paulo Corrêa de Lara e Paulo César Colombera - Comissão de Registros Históricos
Jornal do Comércio de 11/05/89

Que todo cidadão de Marília saiba que a rua Maria Francisca Camargo, não é apenas um
nome qualquer, é o nome de uma cidadã que nos honrou com sua existência, pela

domingo, 11 de março de 2012

Para André Cruchaga




È outono, não sabes?
As prímulas de minha janela
com suas pétalas aveludadas,
sugerem um dia lindo.
Ontem vi nos teus olhos a
esperança.
Pátria, luz, irmão!

No meu peito a poesia reside,
insisto nas minúcias, nos detalhes
da natureza.
Ontem vi teu coração de poeta,
elogiando um corpo feminino.

Caminho sobre as palavras,
desço as ruas da ilusão,
com consciência e alma.
Ontem vi tuas mãos desenhando
um poema.

Hoje te vi caminhando pelas ruas
de “El Salvador”, com destino ao
futuro.
Pátria, , luz, irmão!

Uma singela homenagem ao grande poeta André Cruchaga

http://www.latino-poemas.net/modules/publisher/article.php?storyid=7408


Flor da noite



A flor sobre a cama desfeita
em pétalas úmidas pelo orvalho
silueta feminina, perfeita
Dama de reis, carta de baralho

Seda fina sobre a intimidade
Noite alta, senhor feudal
Observava-a na beleza da idade
Inebriado pelo quarto aromal

Visão instigante, sabor e prazer
Horas a fio comungando a rosa
Louco de desejo não pode se conter

Jogou-se sobre ela num mister
Embriagou-se do mel da melindrosa
Despertou só no adiantado alvorecer!

Night Sins

clique na imagem para visualização

quarta-feira, 7 de março de 2012

Poesia de amor


falas de amor como poesia
Afaga meus cabelos com doçura
banhada pela afável lua em afrodisia
Deixo então de ser donzela pura,,,

Possuída pela noite constelada
Sou mulher de riso escancarado
Pernas expostas ao mundo, amada
Poe esse homem que me é tão desejado

Dos azuis estelares de seu olhar
visto-me de deusa além mar...

Vou seguindo o curso dos golfinhos
voando nas asas dos albatrozes
Querendo mais e mais beijinhos

Oh lumém explícito!

Atracar novamente no seu corpo-porto
Mais um arco-íris no horizonte vai chegar
Matizes que me trazem paz e conforto!

Moda de viola (a todos os cantores sertanejos)







Moda de viola (a todos os cantores sertanejos)

Lembra-se dos versos poeta,
da imensidão de nossa terra
Dessa lua faceira, linda, seleta
Fazendo sombras na serra?

Do estradão onde o boiadeiro
de laço forte labuta no poeirão
Boiada alinhada, pasto couteiro
Onde o contentamento é do patrão?

Dos rios e cascatas, águas claras
onde vias o rosto da mulher amada
Pombinha branca em revoada
Uma sesta aos pés da juçara

No alto dos arvoredos as aves
em cantoria, anunciando o entardecer
Eram pios de alegria tão suaves
melodias que o faziam espairecer

Inspiração da natureza, esplendor
Nos acordes da viola do cantador
Coração de trovador enternecedor
Herança que ficou com louvor
no cancioneiro brasileiro!




terça-feira, 6 de março de 2012

O batizado (Infantil)

O batizado

A galinha ganizé de avental
Fome, o porco torce o rabo
Pássaros brincam no quintal
o gato lambe a baba do quiabo

Hoje vai ter um banquete
Fogão à lenha a todo vapor
Vai ter rojão e foguete
a bicharada está em furor

A barriga do pato ronca
os olhos da vaquinha saltam
A ganizé dá uma bronca:
_ Esperem os que faltam!

Tem bicho chegando atrasado
o trem estava lotado
o leão todo descabelado
o burro com cara de coitado

Mesa pronta para os convidados
A orquestra de papagaios alinhada
O galo de terno branco bem passado
Anuncia a festança, chegou uma ninhada!

Dona ganizé ganhou sete filhinhos
todos pintadinhos e desdentados
Toda feliz com a chegada dos anjinhos
Gritou: _ Vamos começar o batizado!




Abstrato


Abstrato


Caminhei por entre rios e mares
sorvi do mel e do sal
peregrina estrela

Rompi a linha do horizonte
de um corpo viril
fui lua em espasmos


Desci do ponto mais alto
enfrentei meus fantasmas
a santa dignidade


Elevei-me a um vulcão
em efervecência bebi
na fonte dos desejos

Balancei-me por horas
nos ponteiros do relógio
despenquei da torre

e esqueci dos minutos
em que te pertenci
para ser eu mesma...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Jairo Nunes Bezerra


JAIRO NUNES BEZERRA

Vem lá do Recife o Menestrel
Versos que arregaçam os corações
Lágrimas sentidas, são as emoções
Detalhes, minucias num papel
Poeta digno de grande cordel
Mas sou aprendiz e nesse mote quis
homenagea-lo, foi por um tris
Quase décimas (perdoa Gregório)
Rimar para mim é precatório
Só que a intenção me faz feliz!

Escritor viajante, cada porto
a paixão, inspirado na mulher
constroi sonetos , isso é prazer
A única musa é o seu conforto
As letras podem mantê-lo absorto
ela será dele sempre a razão
amor imenso traz no coração
martelada do ão, vixe maria!
(O Mestre vai rir dessa analogia...)
...Sabe não tenho muita vocação.

Conde em Portugal, grande em Brasília
Pai, avô, um nobre homem na real
aos versos mantém-se leal
Pisciano num mundo de fantasia
adejos, sons e coreografia
Na memória ficam devaneios
Romantismo entre beijos e enleios
perfeita silueta feminina
A cada nova criação paladina
lisura, uma vida de poesia!