quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Poema sem vergonça




Poema sem vergonça


Dos teus sonhos queria ser a musa
Livrar-te dos pesadelos da vida
Difícil calcular o valor da hipotenusa
Tentei, arrisquei e a loteria é dívida.

Gastei e descasquei cebolas verdes
Chorei um pranto com teor alcoólico
Na acidez dos dias da terra auriverde
Olho-me no espelho, rosto melancólico

Sem espólio e destemperada, sonsa
Ando por aí falando com qualquer coisa
E como arame farpado pareço gerigonça

Amor enrustido faz-me absconsa
Olhos parados, nem mosca poisa
Vou ler uma revista e cobrir a vergonça!

Poema sem vergonça




Poema sem vergonça


Dos teus sonhos queria ser a musa
Livrar-te dos pesadelos da vida
Difícil calcular o valor da hipotenusa
Tentei, arrisquei e a loteria é dívida.

Gastei e descasquei cebolas verdes
Chorei um pranto com teor alcoólico
Na acidez dos dias da terra auriverde
Olho-me no espelho, rosto melancólico

Sem espólio e destemperada, sonsa
Ando por aí falando com qualquer coisa
E como arame farpado pareço gerigonça

Amor enrustido faz-me absconsa
Olhos parados, nem mosca poisa
Vou ler uma revista e cobrir a vergonça!

Não quero ser você nem por um minuto!


Não quero ser você nem por um minuto!

Não vim aqui para falar da pobreza,
Nem da remela que está nos meus
Olhos, muito menos dos chinelos
Havainas meio surrados que trago
Nos pés. Falo de dignidade, de
Amor e respeito ao próximo.
Então me responda com sinceridade,
Pensou antes de dar o golpe nas
Costas do seu melhor amigo? Pensou?

Não vim aqui para mostrar a roupa
Que ganhei de um vizinho, nem das
Sobras do jantar de domingo e da
Borra de café que coloquei para secar
Ao sol para beber um novo cafezinho.
Vim apenas te encarar e pode me chamar
De lixo, indigente, só não me acuse
Jamais de ser ladrão. Prefiro ser assim
Uma nada do que ser igual a você,
Um  cidadão que tem merda nas mãos!

Não quero ser você nem por um minuto!


Não quero ser você nem por um minuto!

Não vim aqui para falar da pobreza,
Nem da remela que está nos meus
Olhos, muito menos dos chinelos
Havainas meio surrados que trago
Nos pés. Falo de dignidade, de
Amor e respeito ao próximo.
Então me responda com sinceridade,
Pensou antes de dar o golpe nas
Costas do seu melhor amigo? Pensou?

Não vim aqui para mostrar a roupa
Que ganhei de um vizinho, nem das
Sobras do jantar de domingo e da
Borra de café que coloquei para secar
Ao sol para beber um novo cafezinho.
Vim apenas te encarar e pode me chamar
De lixo, indigente, só não me acuse
Jamais de ser ladrão. Prefiro ser assim
Uma nada do que ser igual a você,
Um  cidadão que tem merda nas mãos!

Doação



Doação

Não vos ofereço a núbil lua,
Tão pouco as estrelas celestes.
Darei meu colo e seminua
Serei floresta, guarida agreste

Em meu corpo a seiva verterá
Montanhas cobertas de neve
Despencarão num rio e verás
Que minhas mãos são leves.

Tenho virtuosas qualidades
Porém não tão pura como fogo
Logo mo dirás: beldade!

Já bela faz parte do jogo
Jogo as ancas, rebolar sem piedade
Pois noto que precisais de desafogo!




Doação



Doação

Não vos ofereço a núbil lua,
Tão pouco as estrelas celestes.
Darei meu colo e seminua
Serei floresta, guarida agreste

Em meu corpo a seiva verterá
Montanhas cobertas de neve
Despencarão num rio e verás
Que minhas mãos são leves.

Tenho virtuosas qualidades
Porém não tão pura como fogo
Logo mo dirás: beldade!

Já bela faz parte do jogo
Jogo as ancas, rebolar sem piedade
Pois noto que precisais de desafogo!




terça-feira, 29 de setembro de 2009

Primavera


Primavera

Leveza de asas soltas pelo ar
Folhas verdes a germinar
Foi-se o outono e a laborar
Vem a formiga para anunciar

Primavera, vestida de cores mil
Mulher com formosura plena
Flor em realce, encanto sutil
Senhora do lugar, bela açucena!

Borboletas, pousos ensaiados
Bailarinas, ensejo musical
Os rouxinóis cantam no quintal


Graça e serenidade angelical
 Ela traz no olhar um sol adiantado
Lux que advém da ânsia virginal!

Primavera


Primavera

Leveza de asas soltas pelo ar
Folhas verdes a germinar
Foi-se o outono e a laborar
Vem a formiga para anunciar

Primavera, vestida de cores mil
Mulher com formosura plena
Flor em realce, encanto sutil
Senhora do lugar, bela açucena!

Borboletas, pousos ensaiados
Bailarinas, ensejo musical
Os rouxinóis cantam no quintal


Graça e serenidade angelical
 Ela traz no olhar um sol adiantado
Lux que advém da ânsia virginal!

Pé de Veludo


Pé de Veludo


Dançava em meio às estrelas
Enquanto sua mão deslizava
Por entre pêssegos maduros.
Tentava sugar-lhes o néctar
Enquanto as nuvens passavam
Rosadas, reflexos da paixão.
Desde a tenra idade, roubava
Frutos proibidos em alheios
Pomares,  mania de ladrão.
Encanto que ás vezes, causa-lhe
Arranhões. Eram unhas aguçadas
Que rasgavam seus ombros para
Conter os gritos que condenavam
A arte da subtração.
Pé de veludo era sua alcunha,
Tirava dos ricos e dava aos pobres,
Lá em Marília vivia o vilão mais
Amado da população.
Certo que se tornou lenda ao invadir
A casa de honoráveis cidadãos e bater
Merda no liquidificador.
Mas veio o dia D e o gatuno procurado
Foi cercado num terreno baldio
E morto a tiros pela polícia local.
***************************************
O santo bandido da quadra 51                                                                                                                            

Pé de Veludo


Pé de Veludo


Dançava em meio às estrelas
Enquanto sua mão deslizava
Por entre pêssegos maduros.
Tentava sugar-lhes o néctar
Enquanto as nuvens passavam
Rosadas, reflexos da paixão.
Desde a tenra idade, roubava
Frutos proibidos em alheios
Pomares,  mania de ladrão.
Encanto que ás vezes, causa-lhe
Arranhões. Eram unhas aguçadas
Que rasgavam seus ombros para
Conter os gritos que condenavam
A arte da subtração.
Pé de veludo era sua alcunha,
Tirava dos ricos e dava aos pobres,
Lá em Marília vivia o vilão mais
Amado da população.
Certo que se tornou lenda ao invadir
A casa de honoráveis cidadãos e bater
Merda no liquidificador.
Mas veio o dia D e o gatuno procurado
Foi cercado num terreno baldio
E morto a tiros pela polícia local.
***************************************
O santo bandido da quadra 51                                                                                                                            

Fogo apagado!



FOGO APAGADO

Desejo que  é apenas um sonho
Desperto e mato meu doce idílio
Num amanhecer cinza, tristonho
realidade, monstro, martírio

Formoso rapaz, porque tu me atrais?
Odeio tua boca...[não me beijas]
Passas por mim e não olhas, ademais
Sequer percebes as minhas queixas.

Fica a erupção, fogo nas ventas...
Onde abstinente como  soldado
 Em seca carnal ajeitas, ostentas

No coldre o cabo é avantajado
 São sonhos que minha mente inventa
noites com sol a poente, fogo apagado!


Fogo apagado!



FOGO APAGADO

Desejo que  é apenas um sonho
Desperto e mato meu doce idílio
Num amanhecer cinza, tristonho
realidade, monstro, martírio

Formoso rapaz, porque tu me atrais?
Odeio tua boca...[não me beijas]
Passas por mim e não olhas, ademais
Sequer percebes as minhas queixas.

Fica a erupção, fogo nas ventas...
Onde abstinente como  soldado
 Em seca carnal ajeitas, ostentas

No coldre o cabo é avantajado
 São sonhos que minha mente inventa
noites com sol a poente, fogo apagado!


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Misuzu (Tanka)



Kaneko Misuzu
Ave branca a brincar
Nuvens de algodão
Mistérios a indagar
Versos em céus orientais
*****************************************************







Ano: 1903 ~ 1930
Kaneko Misuzu – a lendária poetisa
(Texto: Daniela Karasawa/NB | Ilustração: Claudio Seto)
Uma poetisa que está, recentemente, recebendo uma reavaliação bastante positiva. Trata-se de Kaneko Misuzu, uma escritora que surgiu e desapareceu como um cometa, nos fins da Era Taisho. Suas obras, constituídas de 550 poesias infantis encontradas 50 anos após a sua morte, foram sucessivamente publicadas. Mesmo atualmente, decorridos 70 anos, as suas poesias, escritas com delicada linguagem que expressa com certa tristeza e compreensão a vida cheia de frescor do mundo natural, tocam o coração das pessoas. Seus versos constam também dos livros didáticos de Língua Pátria do ensino fundamental e médio.
A era de ouro das canções infantis
A época em que a poetisa viveu é denominada “Democracia da Era Taisho”, marcada pela transição da Era Meiji, em que havia resquícios do sistema feudal, pela liberdade de expressar livremente a opinião e o pensamento próprios, pelo fato de a literatura e a arte terem deixado de ser regalias de uma pequena elite, e pelo surgimento da classe média, com o desenvolvimento da economia. Com a chegada da Era Showa, os militares adquiriram poderes, transformando o período em uma era sombria, quando se iniciou a opressão à liberdade de expressão.
Mesmo no mundo das canções infantis, havia poetas que consideraram impróprias para educação da sensibilidade infantil as canções praticadas por imposição do governo no curso fundamental. Eram eles: Kitahara Hakushu, Noguchi Ujo, Takehisa Yumeji, Saijo Yaso, etc. Revistas de histórias infantis foram também editadas sucessivamente. A primeira pessoa que reconheceu o talento da poetisa foi Saijo Yaso, colocando-a no mesmo nível de Yosano Akiko. Ele expressa da seguinte forma as impressões causadas por Misuzu: “Esta jovem poetisa, que em suas obras mostrou uma fantasia requintada como a da inglesa Christina Rossetti, pareceu, à primeira vista, tratar-se de uma dama de uma pequena venda de um subúrbio comum. Mas a sua aparência era de elegância, e seus olhos tinham um profundo brilho como pedra obsidiana”.
Os críticos analisam seus versos da seguinte forma: “Fazem transcender longínquas épocas, submergindo ainda mais profundamente no eu e no universo e fazem pressentir um mundo amplo que existe além dele. O resplendor dos seus poemas, que nos lembram belas estrelas, deve-se a esse brilho misterioso da alma”.
Uma breve vida de 26 anos
Seu pai, Kaneko Shonosuke, faleceu quando Misuzu tinha 3 anos; e seu irmão, Masasuke, apenas 1 ano. O irmão foi adotado pela família da irmã mais nova de sua mãe. Mais tarde, esta tia também faleceu, e Michi, mãe de Misuzu, casou-se novamente. Shozo Uemura, que passou a ser padrasto de Misuzu, possuía um amplo comércio de livros em Shimogaseki. Misuzu, após concluir o colégio para meninas, passou a ajudar nesta livraria. Desde esta época, começou a enviar seus trabalhos a revistas de canções e poemas infantis, sob pseudônimo de Kaneko Misuzu. Na ocasião, não sabia da sua consangüinidade com o irmão adotivo. O irmão tinha o sonho de tornar-se um compositor em Tóquio e compunha músicas para os versos de Misuzu; assim, os dois foram se sentindo atraídos mutuamente. Quem guardara todas as suas obras fora este irmão. Entretanto, para afastá-los, foi proposto a Misuzu o matrimônio com um dos funcionários da livraria. Não sendo possível recusar, ela se casou aos 24 anos. Seu marido lhe proibiu qualquer atividade literária. Teve uma filha, mas se separou do marido aos 26 anos. Na véspera da data em que deveria abrir mão da sua filha, suicidou-se.

Eu, o pássaro e o guizo Por mais que eu estenda os braços,
Não consigo voar pelo céu;
Mas o pássaro que pode voar,
Não pode correr por terra, veloz como eu.

Por mais que eu balance o corpo,
Não produzo lindos sons;
Mas o guizo que pode fazê-lo,
Não conhece tantas canções como eu.

O guizo, o pássaro e eu.
Somos todos diferentes; e gosto de todos.

Mistérios
É tudo muito misterioso;
Como pode a chuva que cai de negras nuvens
Ter este brilho prateado.

É tudo muito misterioso;
Como os bichos-da-seda que comem folhas verdes da amoreira,
Podem se tornar brancos.

É tudo muito misterioso;
Como pode a flor da cabaceira abrir-se sozinha,
Sem que alguém a toque.

É tudo muito misterioso;
Que a quem quer que eu indague,
Todos riem dizendo que isso é óbvio.





Misuzu (Tanka)



Kaneko Misuzu
Ave branca a brincar
Nuvens de algodão
Mistérios a indagar
Versos em céus orientais
*****************************************************







Ano: 1903 ~ 1930
Kaneko Misuzu – a lendária poetisa
(Texto: Daniela Karasawa/NB | Ilustração: Claudio Seto)
Uma poetisa que está, recentemente, recebendo uma reavaliação bastante positiva. Trata-se de Kaneko Misuzu, uma escritora que surgiu e desapareceu como um cometa, nos fins da Era Taisho. Suas obras, constituídas de 550 poesias infantis encontradas 50 anos após a sua morte, foram sucessivamente publicadas. Mesmo atualmente, decorridos 70 anos, as suas poesias, escritas com delicada linguagem que expressa com certa tristeza e compreensão a vida cheia de frescor do mundo natural, tocam o coração das pessoas. Seus versos constam também dos livros didáticos de Língua Pátria do ensino fundamental e médio.
A era de ouro das canções infantis
A época em que a poetisa viveu é denominada “Democracia da Era Taisho”, marcada pela transição da Era Meiji, em que havia resquícios do sistema feudal, pela liberdade de expressar livremente a opinião e o pensamento próprios, pelo fato de a literatura e a arte terem deixado de ser regalias de uma pequena elite, e pelo surgimento da classe média, com o desenvolvimento da economia. Com a chegada da Era Showa, os militares adquiriram poderes, transformando o período em uma era sombria, quando se iniciou a opressão à liberdade de expressão.
Mesmo no mundo das canções infantis, havia poetas que consideraram impróprias para educação da sensibilidade infantil as canções praticadas por imposição do governo no curso fundamental. Eram eles: Kitahara Hakushu, Noguchi Ujo, Takehisa Yumeji, Saijo Yaso, etc. Revistas de histórias infantis foram também editadas sucessivamente. A primeira pessoa que reconheceu o talento da poetisa foi Saijo Yaso, colocando-a no mesmo nível de Yosano Akiko. Ele expressa da seguinte forma as impressões causadas por Misuzu: “Esta jovem poetisa, que em suas obras mostrou uma fantasia requintada como a da inglesa Christina Rossetti, pareceu, à primeira vista, tratar-se de uma dama de uma pequena venda de um subúrbio comum. Mas a sua aparência era de elegância, e seus olhos tinham um profundo brilho como pedra obsidiana”.
Os críticos analisam seus versos da seguinte forma: “Fazem transcender longínquas épocas, submergindo ainda mais profundamente no eu e no universo e fazem pressentir um mundo amplo que existe além dele. O resplendor dos seus poemas, que nos lembram belas estrelas, deve-se a esse brilho misterioso da alma”.
Uma breve vida de 26 anos
Seu pai, Kaneko Shonosuke, faleceu quando Misuzu tinha 3 anos; e seu irmão, Masasuke, apenas 1 ano. O irmão foi adotado pela família da irmã mais nova de sua mãe. Mais tarde, esta tia também faleceu, e Michi, mãe de Misuzu, casou-se novamente. Shozo Uemura, que passou a ser padrasto de Misuzu, possuía um amplo comércio de livros em Shimogaseki. Misuzu, após concluir o colégio para meninas, passou a ajudar nesta livraria. Desde esta época, começou a enviar seus trabalhos a revistas de canções e poemas infantis, sob pseudônimo de Kaneko Misuzu. Na ocasião, não sabia da sua consangüinidade com o irmão adotivo. O irmão tinha o sonho de tornar-se um compositor em Tóquio e compunha músicas para os versos de Misuzu; assim, os dois foram se sentindo atraídos mutuamente. Quem guardara todas as suas obras fora este irmão. Entretanto, para afastá-los, foi proposto a Misuzu o matrimônio com um dos funcionários da livraria. Não sendo possível recusar, ela se casou aos 24 anos. Seu marido lhe proibiu qualquer atividade literária. Teve uma filha, mas se separou do marido aos 26 anos. Na véspera da data em que deveria abrir mão da sua filha, suicidou-se.

Eu, o pássaro e o guizo Por mais que eu estenda os braços,
Não consigo voar pelo céu;
Mas o pássaro que pode voar,
Não pode correr por terra, veloz como eu.

Por mais que eu balance o corpo,
Não produzo lindos sons;
Mas o guizo que pode fazê-lo,
Não conhece tantas canções como eu.

O guizo, o pássaro e eu.
Somos todos diferentes; e gosto de todos.

Mistérios
É tudo muito misterioso;
Como pode a chuva que cai de negras nuvens
Ter este brilho prateado.

É tudo muito misterioso;
Como os bichos-da-seda que comem folhas verdes da amoreira,
Podem se tornar brancos.

É tudo muito misterioso;
Como pode a flor da cabaceira abrir-se sozinha,
Sem que alguém a toque.

É tudo muito misterioso;
Que a quem quer que eu indague,
Todos riem dizendo que isso é óbvio.





Haikai



Lua e sol poente
Lágrimas e sorrisos
Komachi a dama

Haikai



Lua e sol poente
Lágrimas e sorrisos
Komachi a dama

Komachi (Tanka)





Komachi  oriente
Arrancai a dor latente.
Arrozais brancos
tua pele de princesa
Como lua bela e triste
*********************************
Ono no Komachi
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Ono no Komachi (por Ogura Hyakunin Isshu)

Ono no Komachi' (小野 小町) (c. 825 - 900); foi uma famosa poetisa japonesa, que se distinguiu no género Waka, sendo considerada um dos seis melhores poetas deste género: os Rokkasen, durante o período Heian. A sua beleza tornou-se proverbial e é mesmo um dos símbolos da beleza feminina, no Japão.
Índice
[esconder]

* 1 Vida e lenda
* 2 Legado
* 3 Referências bibliográficas
* 4 Ligações externas

Vida e lenda

O local de nascimento e morte de Komachi é incerto. De acordo com certa tradição, terá nascido na actual província de Akita. Desconhece-se, também, o seu estatuto social. Talvez fosse uma das esposas do imperador de baixo nível hierárquico - talvez o imperador Nimmyō (c. 833-850).

Como poetisa, especializou-se em temas amorosos. A maior parte dos seus Waka referem-se à ansiedade, solidão ou amor apaixonado. É a única mulher referida no prefácio do Kokinshu, que descreve o seu estilo como "contendo a ingenuidade própria do estilo antigo mas, também, delicadeza".

Existem várias lendas a respeito das paixões de Komachi, sendo a mais famosa a que a relaciona com Fukakusa no Shosho, um importante cortesão. Komachi ter-lhe-ia prometido que se a visitasse cem noites consecutivas, tornar-se-ia sua amante. Fukakusa no Shosho visitou-a todas essas noites mas falhou uma vez. Em desespero, o cortesão adoeceu e morreu. Komachi terá ficado profundamente transtornada com a sua responsabilidade no caso.
Ono no Komachi na velhice, gravura de Tsukioka Yoshitoshi
Legado

A figura de Komachi foi por várias vezes aproveitada como personagem da literatura japonesa de períodos posteriores, incluindo duas peças de teatro Noh: Sotoba Komachi e Komachi at Sekidera. Tais obras têm a tendência para focar o seu talento para a composição de waka, mas também para as suas supostas relações amorosas, abundando os comentários moralistas em relação à sua leviandade. A velhice de Komachi é também frequentemente referida, retratando-se o seu abandono pelos antigos amantes e o consequente arrependimento da poetisa pela sua inconstância amorosa. Tais descrições são, no entanto, fantasiosas e alegóricas, influenciadas pelo pensamento moral budista, de modo que qualquer semelhança com a realidade histórica será apenas uma coincidência. Contudo, diversos poemas seus, sendo autobiográficos, têm, com esta visão, alguns pontos de contacto.

Em sua honra, o Akita Shinkansen foi apelidado de Komachi. Existe, ainda, uma variedade de arroz, o Akita Komachi, que enverga o seu nome.

Komachi (Tanka)





Komachi  oriente
Arrancai a dor latente.
Arrozais brancos
tua pele de princesa
Como lua bela e triste
*********************************
Ono no Komachi
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Ono no Komachi (por Ogura Hyakunin Isshu)

Ono no Komachi' (小野 小町) (c. 825 - 900); foi uma famosa poetisa japonesa, que se distinguiu no género Waka, sendo considerada um dos seis melhores poetas deste género: os Rokkasen, durante o período Heian. A sua beleza tornou-se proverbial e é mesmo um dos símbolos da beleza feminina, no Japão.
Índice
[esconder]

* 1 Vida e lenda
* 2 Legado
* 3 Referências bibliográficas
* 4 Ligações externas

Vida e lenda

O local de nascimento e morte de Komachi é incerto. De acordo com certa tradição, terá nascido na actual província de Akita. Desconhece-se, também, o seu estatuto social. Talvez fosse uma das esposas do imperador de baixo nível hierárquico - talvez o imperador Nimmyō (c. 833-850).

Como poetisa, especializou-se em temas amorosos. A maior parte dos seus Waka referem-se à ansiedade, solidão ou amor apaixonado. É a única mulher referida no prefácio do Kokinshu, que descreve o seu estilo como "contendo a ingenuidade própria do estilo antigo mas, também, delicadeza".

Existem várias lendas a respeito das paixões de Komachi, sendo a mais famosa a que a relaciona com Fukakusa no Shosho, um importante cortesão. Komachi ter-lhe-ia prometido que se a visitasse cem noites consecutivas, tornar-se-ia sua amante. Fukakusa no Shosho visitou-a todas essas noites mas falhou uma vez. Em desespero, o cortesão adoeceu e morreu. Komachi terá ficado profundamente transtornada com a sua responsabilidade no caso.
Ono no Komachi na velhice, gravura de Tsukioka Yoshitoshi
Legado

A figura de Komachi foi por várias vezes aproveitada como personagem da literatura japonesa de períodos posteriores, incluindo duas peças de teatro Noh: Sotoba Komachi e Komachi at Sekidera. Tais obras têm a tendência para focar o seu talento para a composição de waka, mas também para as suas supostas relações amorosas, abundando os comentários moralistas em relação à sua leviandade. A velhice de Komachi é também frequentemente referida, retratando-se o seu abandono pelos antigos amantes e o consequente arrependimento da poetisa pela sua inconstância amorosa. Tais descrições são, no entanto, fantasiosas e alegóricas, influenciadas pelo pensamento moral budista, de modo que qualquer semelhança com a realidade histórica será apenas uma coincidência. Contudo, diversos poemas seus, sendo autobiográficos, têm, com esta visão, alguns pontos de contacto.

Em sua honra, o Akita Shinkansen foi apelidado de Komachi. Existe, ainda, uma variedade de arroz, o Akita Komachi, que enverga o seu nome.

sábado, 26 de setembro de 2009

Bendito seja o amor!


Bendito seja o amor!

O amor é dor! Sentir incontido
Pois que fui vítima e surpreendida
Deixei a imaginação fluir e gemidos
Ouviam-se. Pela luz do abajur
Vi as aves voando:  _Bonjour!
Orquestrei um despertar na vida!

Nossos traços carregados de amor
Sorrisos esboçados, cara-a-cara
O gostar vingou pela primeira vez
Em amantes nos converteu e fez
Aquelas mãos marcarem minha cintura
Como um layout de um corpo em flor
Rosa! Sussurravas meio rouco,
Eu tremia, seria devaneio?
Ilusão esvaece! Era realidade pura!

Era dor, era amor, eram virtudes
Olhos curiosos percorrendo a imensidão
Presos ao fulgor dos desejos, das inquietudes
Meus seios pressionados em teu peito, coração
Batia o meu, o teu, hora da violação...
Veio o pranto, veio o riso e o grande prazer
Satisfação de ser mulher em plenitude.

A boca fechada, um beijo, para estabelecer
O silêncio das flores em nosso jardim
Felicidade que desnorteia sem prometer
Partirás um dia, mas lembrarás de mim
E a dor se arquivará, prometo não esquecer
Bendirei o teu nome, foste o único homem
A quem me entreguei sem me arrepender!

Bendito seja o amor  que nos libertou
Das amarras do destino, da infinda dor
Bendito fruto proibido que aqui brotou
Que nos tirou a lividez, deu-nos rubra cor
Bendito seja a mão que me acariciou
E que me acena um adeus com uma flor
Num sarau de cantos e versos de paixão!








Bendito seja o amor!


Bendito seja o amor!

O amor é dor! Sentir incontido
Pois que fui vítima e surpreendida
Deixei a imaginação fluir e gemidos
Ouviam-se. Pela luz do abajur
Vi as aves voando:  _Bonjour!
Orquestrei um despertar na vida!

Nossos traços carregados de amor
Sorrisos esboçados, cara-a-cara
O gostar vingou pela primeira vez
Em amantes nos converteu e fez
Aquelas mãos marcarem minha cintura
Como um layout de um corpo em flor
Rosa! Sussurravas meio rouco,
Eu tremia, seria devaneio?
Ilusão esvaece! Era realidade pura!

Era dor, era amor, eram virtudes
Olhos curiosos percorrendo a imensidão
Presos ao fulgor dos desejos, das inquietudes
Meus seios pressionados em teu peito, coração
Batia o meu, o teu, hora da violação...
Veio o pranto, veio o riso e o grande prazer
Satisfação de ser mulher em plenitude.

A boca fechada, um beijo, para estabelecer
O silêncio das flores em nosso jardim
Felicidade que desnorteia sem prometer
Partirás um dia, mas lembrarás de mim
E a dor se arquivará, prometo não esquecer
Bendirei o teu nome, foste o único homem
A quem me entreguei sem me arrepender!

Bendito seja o amor  que nos libertou
Das amarras do destino, da infinda dor
Bendito fruto proibido que aqui brotou
Que nos tirou a lividez, deu-nos rubra cor
Bendito seja a mão que me acariciou
E que me acena um adeus com uma flor
Num sarau de cantos e versos de paixão!








sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sou xerox



SOU XEROX

Apraz-me ver a passarada no quintal
Uns com cores vivas, outros pardais
A vida é assim, uns bem outros mal
A caixa de madeira é igual [ mortais]

Exceto aos que optam a cremação
As cinzas misturam-se ao ar, então
Mais rápido voltam a ser pó, lição
Já dizia minha avó, somos podridão

E eu poeta de favela, desaforada
Não vou morrer esticada com tanto botóx
Isso é coisa de rico, classe abastada

Tenho a mente meio enrugada
Creio até que não passo de xerox
Imitação de poeta, feliz autodidata!

Sou xerox



SOU XEROX

Apraz-me ver a passarada no quintal
Uns com cores vivas, outros pardais
A vida é assim, uns bem outros mal
A caixa de madeira é igual [ mortais]

Exceto aos que optam a cremação
As cinzas misturam-se ao ar, então
Mais rápido voltam a ser pó, lição
Já dizia minha avó, somos podridão

E eu poeta de favela, desaforada
Não vou morrer esticada com tanto botóx
Isso é coisa de rico, classe abastada

Tenho a mente meio enrugada
Creio até que não passo de xerox
Imitação de poeta, feliz autodidata!

Titica de galinha


Titica de galinha

Na maldição diária, fuligem da fábrica
Trânsito caótico, sou um número apenas
Na multidão do planeta Terra. Há quem
Diga que desço do morro no compasso
Do samba, rebolando os problemas do
Dia anterior. Se bem me lembro, hoje
É feriado. Dia de colocar um ramo de
Arruda atrás das orelhas,  sandália de
Salto avantajado[cabrocha de primeira
Ala] e ensaiar o amanhã, pois nem sei
Se terei grana para comer ou se serei
Devorada pelo progresso. Sou um
Pontinho, [titica de galinha] ante a
Densidade demográfica mundial.
Mas diga lá, tenho um sorriso sincero,
Escancarado, desses de driblar malandro.
Corpo cruzado, incorporado na Maria
Molambo, to que descambo!
Sem ter muitos planos, dei agora por
Escrever, só lamento ser analfabeta,
Míope e pouco discreta. Boto a boca
No trombone e vou pra escola.
Um jornalista me disse que sou produto
Nacional, tenho samba nos pés, bunda
Perfeita e umas coxas de arrepiar turista.
Tantas vantagens, sonhos e serpentinas,
Sou é pobre, [Colombina que carrega marmita],
Num espetáculo da vida chamado carnaval!



Titica de galinha


Titica de galinha

Na maldição diária, fuligem da fábrica
Trânsito caótico, sou um número apenas
Na multidão do planeta Terra. Há quem
Diga que desço do morro no compasso
Do samba, rebolando os problemas do
Dia anterior. Se bem me lembro, hoje
É feriado. Dia de colocar um ramo de
Arruda atrás das orelhas,  sandália de
Salto avantajado[cabrocha de primeira
Ala] e ensaiar o amanhã, pois nem sei
Se terei grana para comer ou se serei
Devorada pelo progresso. Sou um
Pontinho, [titica de galinha] ante a
Densidade demográfica mundial.
Mas diga lá, tenho um sorriso sincero,
Escancarado, desses de driblar malandro.
Corpo cruzado, incorporado na Maria
Molambo, to que descambo!
Sem ter muitos planos, dei agora por
Escrever, só lamento ser analfabeta,
Míope e pouco discreta. Boto a boca
No trombone e vou pra escola.
Um jornalista me disse que sou produto
Nacional, tenho samba nos pés, bunda
Perfeita e umas coxas de arrepiar turista.
Tantas vantagens, sonhos e serpentinas,
Sou é pobre, [Colombina que carrega marmita],
Num espetáculo da vida chamado carnaval!



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cumplicidade




Cumplicidade

Bradam os ventos ao norte,
A sorte vem vestida de luz
Másculo, cavalheiro forte
Boca minha...Mel alcaçuz

Arrepios surgem no ventre
Eréteis formas se produzem
Minhas coxas pedem: entre!
Gemidos e gozos vertem

Minha carne arde, me invades
Veias dilatas, meia fina desfiada
Calcinha molhada, desvaidade

Silêncio faz o vento na cidade
A lua põe-se em rubor desconfiada
Que o sol emprestou a pomada!