quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Anjo caído




ANJO CAÍDO

A noite tem seus horrores
Anseio claridade, paz, luz
Desgasto-me com tremores
Anjo caído pesa-me a cruz.

O vento passa através do meu ser
Imaginário corpo, fantasma a vagar
Alma penada tento esquecer...
O tempo é inimigo, não quer perdoar.

Nuvens negras sobre a cabeça
Ontem foi terça, mais um dia...
Pesadelos deixam-me à avessa
Farrapo humano, nada se cria.

A poesia abandonou-me há meses
Sem deixar-me uma só palavra
Partiu como de outras vezes
O silêncio faz-me macabra.

Sem ter aquela boca pra dizer amor
Meus lábios estão em palidez
Pois o beijo dele dava-me vigor
Mantinha essa flor em altivez

Que faço com nosso jardim?
Ervas daninhas por toda parte
Mataram o que há de bom em mim
Sorrio ao lembrar meu nome: Escarlate!

Nada mais que uma rosa negra
Estampa a cortina do meu olhar
Não vejo caminhos, nada se agrega
Na decomposição do nosso lar

Bem sei que não voltarás
Somente a cova vai me esperar
Cruz e Souza me acompanhará
Nessa nefasta dor de amar!

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