quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Perdidos na cidade





PERDIDOS NA CIDADE
Somos a sombra abrupta insurgente
Vagamos na cidade pelos botequins,
Cabarés de segunda e névoa fina.
Há um deserto físico, um buraco
Falta coração, alma em descompressão.
Sim porque o último vôo para o purgatório
Foi abortado e nos resta apenas o vazio.

Somos a imagem e semelhança
Seres em estado de decomposição.
Inalamos a fumaça dos charutos dos
Abastados. Nossos bolsos estão
Furados, não há prata nem ouro.
Vivemos á cata de tesouros perdidos,
Migrando nas ruas, tentando ver o
Brilho de uma lua que há muito se foi.

Somos um quadro negro em meio
Aos out doors espalhados pelas avenidas.
Os faróis em embate cegam-nos e
Inanimados, entregamo-nos ao sono dos
Injustiçados. Invisíveis corpos sem lugar
Para pousar. Esperamos um novo amanhã,
De luzes astrais, uma mão em meio á
Multidão de mortos vivos a nos salvar.

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