sábado, 19 de setembro de 2009

Boneca de louça


Boneca de louça


Não sei o que acontece com nossas almas
Há um abismo em nossos corpos latejantes
Separando-nos, tirando-nos a paz, a calma
Caminho sem volta. Somos mais que amantes


Há um certo querer que a tudo assiste
Coadjuvante ansioso por entrar em cena
Não dá para esconder, não há o que despiste
A crueza do anti -sexo, mel sem açucena


Pobre de mim, flor em coxas roliças
Desperdiçando minha graça na infelicidade
De não desabrochar e tu só me atiças.


Por entre as vãs filosofias, sinto-me postiça
Boneca de louça, peça de adejo, casualidade
Exposta na vitrine a qualquer um, injustiça!

3 comentários:

  1. Tânia,




    Belo soneto erótico.

    O personagem distante, que não corresponde ao querer e aos suspiros da narradora, talvez suspeite que,se apertar demais, possa quebrá-la...




    ;)






    Beijos, amiga.









    Marcelo.

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  2. Como sempre,excitante...
    como sempre inspirada.
    Gostei muito.Parabéns.

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