terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quem se importa?



Quem se importa?



Importa se alguém lê?

Não faço referências, crio apenas.

Os versos podem vir lá do Belenzinho,

Do Bixiga, do Brás, da Praça da Sé,

Enfim dessa São Paulo que não

Tem fim e que abraça os imigrantes sem

Nenhuma restrição e cresce, cresce...

Sou mais um em meio à multidão,

Vendendo poemas sem título,

Bem melhor que vender títulos de capitalização.

Daí vem um panaca com cara de quem está

Cozido pela cachaça diária pregando o um

Dicionário de palavras inexatas... Ouço e

Até concordo com ele, apesar de não ter

Entendido nada do que diz.

Após a declamação de seu novo poema brada

Aos quatro ventos: _ Sou...sou...sou...

Sou merda nenhuma!... Concordo de novo!

Só então percebo que um pombo defecou

Em sua cabeça no instante exato da criação,

Nasce um novo autor e nem sei de que raça é...

Volto para minha maloca, paulista de boa

Fé, tomo um café e volto a escrever, ao som

De Demônios da Garoa.

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