sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ode a minha tristeza


Ode a minha tristeza

Nada detém a palavra
Na boca da imaginação
Poeta vomita, lavra
Vês porque tenho razão?

Passou um vento a zumbir
Tentando destruir a plantação
No jardim as flores a cair
Frases poéticas diziam: Não!

O céu despencou sua água
Pensei na fertilidade do sertão
“Vidas Secas” agora flutua
Em meus pensares um grotão

Graciliano se veste de Fabiano,
Pisa a terra árida em desolação
Serve o papagaio para a refeição
À Baleia os ossos, rabo em abano.

Quintana aponta-me as andorinhas
Cantam? Fazendo tremenda alegoria
Defecam em minha cabeça, entrelinhas
E o amor? Passou e levou-me a sabedoria

Cecília traz-me as luvas e canta
“Não sou alegre nem triste”
O meu amor já não me encanta
Nas sombras sou nada, estou em riste

“As casas espiam os homens”
Minha alma é morada da incerteza
Poeta das inutilidades, passam os trens
Sou nada e os dormentes são certezas

Mas sou a cabocla da Cora Coralina
Dentro de mim moram os Orixás africanos
Oxossi guerreiro e Oxum menina
Entre o rude e a doçura abraço os desenganos!




Um comentário:

  1. AmigAmada...
    acabei de ler teu recado no meu blog.Me entristece,amiga,como entristecerá muita gente;repensa,por favor!Mesmo pedindo isso,te confesso que há tempos é minha vontade também,mas em alguns momentos,sinto saudade e falta imensa dos amigos que plantamos,nesses recantos todos.Se insistires na ideia,não some,por favor!E mantém este teu blog-coração tão Lindo,onde posso encontrar tua alma aberta,como nesta poesia magistral,onde também me encontro plenamente.
    És parte do meu ser e do meu amor-amigo humano fraternal e pessoal,querida.Jamais esquece disso.TE AMO, AMIGA!Estarei sempre aqui e em todos os lugares,para ti e para nossa amizade.
    Beijo de Luz e de coração.

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