São as águas de março fechando o verão (Elis Regina)
Diga-me quantos foram os mortos?
Aponta-me com sua destra mão
Quem foi o arauto que ouviu e viu
Os corpos abatidos, as partículas
Humanas espalhadas pelo chão.
Humanas?...Quem são os mortos e
Feridos, bandidos ou inocentes?
Diga-me quantos debandaram
Pelas matas como animais ferozes,
Dispostos a matar e morrer?
E o poeta abandona o lirismo,
Já não escuta o canto da cotovia,
A realidade abrupta de nossos tempos
Infesta seus cabelos, como piolhos
Distribuindo as lêndeas, mais e mais
Virão até a desinfecção total.
E as lendas continuarão a serem fabricadas,
Em cada tanque que avançar novos heróis
Anônimos deixarão o sangue na calçada
Da fama.
Segue o rio e quiçá as águas de março venham para
Retirar pau e pedra do fim do caminho.
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Somente penso nos inocentes...
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