quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Não se faz vampiros como antigamente



Não se faz vampiros como antigamente



Ontem á noite em uma reunião com o Lorde,

Tivemos uma conversa cara a cara.

Eu descrevi para ele todos os horrores de

Minha época. Fiz uma lista:

Fantasma não arrasta mais corrente agora

O pobre empurra a vida com a barriga.

Facadas é a luz do dia e tem também as

bala perdida, não é doce não é pólvora.

Existe guerra que chamam de santa, pode?

Filhos matam pais e vice-verso, é a maior

Moda. Mas chique mesmo são as pedras,

Agora elas têm até sabores, craque recheado.

Nas favelas e nos morros, condomínios da

Miséria tem festa todo dia, a polícia invade,

Mata gente inocente, mas é tudo bem organizado.

Vez ou outra alguém que passa por perto também

É assassinado, por engano.

Eu iria falar mais, mas o Lorde pediu pra parar,

Olhou-me friamente e falou:

_____Anota aí!

Afasta este cálice de água santa.

Beberei ás amarguras da noite

A asa pestilenta me encanta

Neste vôo onde dormem os açoites



Já não violam minha alma

Minha cova jazia ao abandono

Agora, alcova das serpentes e damas

Cabaré onde sou o único dono



Monopolizei os sofrimentos alheios

De euros enchi o meu bolso

E ergo a foice da justiça e creio



Creio na miséria, nos crimes

Nas doenças, nos horrores diários,

Nas guerras e,

Nesta taça onde bebo sangue

Feita de algum crânio!

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