POEMA BRANCO
A surpreender os sentires,
O querer,
Inspiração despertou á
Primeira hora.
Arrancou as vestes da timidez
E se fez atrevida.
Borrifou perfume de jasmins,
Espalhou pétalas de rosas
E borbulhou desejos com
Cerejas suculentas na bandeja.
A completar o clima,
Cadenciou as rimas
Com música suave.
Faltavam os versos,
Mas sem métrica avançou
Em direção do papel
E o devorou sem mais explicações.
Intimamente sentiu um espasmo
E perdeu a razão.
Nasceu então o poema branco.
Branco de sedução, de amor,
De paixão.
Sem os quais poeta nenhum
Daria vazão á riqueza que
É a senhora inspiração.
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