Talvez a miopia seja culpada
Meus óculos não suportam tanta dor
Afoga-se nas lágrimas derramadas
Cega-me esse destino de ser flor
Exposta ao orvalho, noiva abandonada.
A umidade veste-me todos os dias
Alvura que esconde o rubro desejo
Rosa molhada, vida vazia!
Tudo daria por um simples beijo.
De que me vale ser a rainha
Botão em flor a enfeitar o jardim
Solitária a compor ladainhas?
Poeta reza, acredita em querubim.
Nem esse perfume doce sem fim
A inebriar os amantes à noitinha
Trouxe um grande amor para mim!
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