
TERCEIRA IDADE II
Noite fria espia-me um mocho
Parece entender minha agonia
Visto minha alma de roxo
Um luto súbito, nostalgia.
Tenho saudades de um alguém
Que não tem rosto decifrável
Que não tem formas, é ninguém.
Porém, na vida foi viável.
Canto triste a ti bela idade
Tantos sonhos inocentes
Falta me fazes mocidade
Terceira idade me invade
Experiência não seja covarde
Deixa-me manter a jovialidade
II
Quero sonhos, o fino cetim.
As manhãs com cheiro de esperança
O puro aroma do jasmim
Áureos tempos de criança
Quero a lua altaneira
Entrando pela minha janela
Iluminando sorrateira
E eu me esgueirando dela
Quero os beijos escondidos
Com a pressa de quem peca
Meu pai de guarda feito milico
Pouco resta desta época
Sinto a solidão, o descaso
Os que amei... Outros me dizem caduca!
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