quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Terceira idade II





TERCEIRA IDADE II



Noite fria espia-me um mocho

Parece entender minha agonia

Visto minha alma de roxo

Um luto súbito, nostalgia.



Tenho saudades de um alguém

Que não tem rosto decifrável

Que não tem formas, é ninguém.

Porém, na vida foi viável.



Canto triste a ti bela idade

Tantos sonhos inocentes

Falta me fazes mocidade



Terceira idade me invade

Experiência não seja covarde

Deixa-me manter a jovialidade

II

Quero sonhos, o fino cetim.

As manhãs com cheiro de esperança

O puro aroma do jasmim

Áureos tempos de criança



Quero a lua altaneira

Entrando pela minha janela

Iluminando sorrateira

E eu me esgueirando dela



Quero os beijos escondidos

Com a pressa de quem peca

Meu pai de guarda feito milico



Pouco resta desta época

Sinto a solidão, o descaso

Os que amei... Outros me dizem caduca!

Nenhum comentário:

Postar um comentário