Não se faz vampiros como antigamente
Ontem á noite em uma reunião com o Lorde,
Tivemos uma conversa cara a cara.
Eu descrevi para ele todos os horrores de
Minha época. Fiz uma lista:
Fantasma não arrasta mais corrente agora
O pobre empurra a vida com a barriga.
Facadas é a luz do dia e tem também as
bala perdida, não é doce não é pólvora.
Existe guerra que chamam de santa, pode?
Filhos matam pais e vice-verso, é a maior
Moda. Mas chique mesmo são as pedras,
Agora elas têm até sabores, craque recheado.
Nas favelas e nos morros, condomínios da
Miséria tem festa todo dia, a polícia invade,
Mata gente inocente, mas é tudo bem organizado.
Vez ou outra alguém que passa por perto também
É assassinado, por engano.
Eu iria falar mais, mas o Lorde pediu pra parar,
Olhou-me friamente e falou:
_____Anota aí!
Afasta este cálice de água santa.
Beberei ás amarguras da noite
A asa pestilenta me encanta
Neste vôo onde dormem os açoites
Já não violam minha alma
Minha cova jazia ao abandono
Agora, alcova das serpentes e damas
Cabaré onde sou o único dono
Monopolizei os sofrimentos alheios
De euros enchi o meu bolso
E ergo a foice da justiça e creio
Creio na miséria, nos crimes
Nas doenças, nos horrores diários,
Nas guerras e,
Nesta taça onde bebo sangue
Feita de algum crânio!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Não se faz vampiros como antigamente
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