Eleonora (Poe)
A sombra projetava seres noturnos
Anjos poetas munidos de harpas
Cantilena a desfazer o taciturno
Silêncio a se perder na escarpa.
Narciso abandonara o espelho
Das águas cristalinas, surpreso
Emergiam criaturas belas, sobejo
Eleonora em rubra face, rubi aceso
Mulher das azáfamas indizíveis
Hipnotizando o bardo e a fria lua
Incontida paixão, dores visíveis
Abraçá-la? Não! Não pode ser tua!
Mantém-se em graça e beleza a dama
Alhures tem o céu por morada
É anjo que visita minha triste cama
Lápide ornada de ouro qual tez da amada!
Edgar Allan Poe
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