quarta-feira, 29 de julho de 2009

Alma de mago




ALMA DE MAGO

Pedras chorando a levar as águas
Escuras gotas de amarguras
Cai por entre os dedos a mágoa
Na ausência do dia, varredura

Alma em sofrimento a inquirir
A falta das estrelas, do sol a luzir
O embaço dos vidros a impedir
Que a alquimia venha expandir

Ossos espalhados pelos cantos
Fétida carne em apodrecimento
Sou a imagem do desencanto
Esperando o arco-íris, o movimento

Mas amo a vida com atrevimento
Fantasma, mago que ainda tem pranto
Lamento os que vivem no esquecimento
Das lavras que produziam acalantos.

Poetas destituídos dos mantos d’alegria
Perdidos em vã filosofia,
Aviltados enterram também a poesia
Obliterados vasos lacrimais, letargia.

E há de haver um amanhã a renascer
Onde meu esqueleto obsoleto e néscio
Ganhará novo imo, magia de viver
Porquanto me sujeito ao negror, ao vozerio!

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