quarta-feira, 29 de julho de 2009

DECLARAÇÃO DE AMOR SEM MARGENS Á DÚVIDA



DECLARAÇÃO DE AMOR SEM MARGENS Á DÚVIDA

CAPÍTULO I
Navegamos por mares longínquos.
As bocas beijaram-se na calma do vento
E nos entregamos á noite de olhar oblíquo
Estávamos nus e tínhamos o mesmo pensamento.
Meu coração, ex-detento desandou...
Podias senti-lo ao me possuir.
As águas nas rochas a evoluir.
Foi quando o prazer nos encontrou.
E ele nos acompanhou por horas a fio
As ondas então sem murmurinho
Descansavam dos arroubos, do cio.
Vencidos pelo êxtase marinho
Fomos fisgados, perdemos o brio.
Prenúncio de novos desejos, outros carinhos!

CAPÍTULO II
Seguimos nossa viagem...Tempo ao léu...
As mãos perdidas nas cavernas
Buscando tesouros entre pernas
Nas cisternas a beleza, sabor do mel.
Descontrole convulsivo dos braços
Debaixo d’água tudo é inédito
De repente somos peixes, guelras e abraços.
E há profundidade num gozo infinito.
Nossos olhos hipnóticos, albatrozes,
Inebriados de maresia e velozes,
Perdidos na imensidão da paixão.
Em nossas mãos pérolas e voragem
Deuses a singrar em mútua veneração.

CAPÍTULO III
Nesse capítulo já havia brumas
E anjos cercavam a embarcação
Nada nos importava, brancas plumas.
Juntos íamos, a viagem de louca exploração.
E lua após lua, cheia e crescente.
Trouxe-nos novas perspectivas
Mostrando-nos um quarto diferente
Minguando dúvidas e expectativas.
No espaço pequeno desse apartamento
O mar avança sutilmente...
Num banho de sais e linimentos.
Algas marinhas para o procedimento
Atiçar, excitar novamente.
Corpos que anseiam as marés do acasalamento.

CAPÍTULO FINAL
No the end desse romance
Onde as águas em exaltação
Expelem dos poros cores e nuances
Meus olhos se perdem na contemplação
Vê-lo na banheira entre brancas espumas
É estar no mar em essência
Não deixando margem a qualquer lacuna
Manter a união em calmaria, constância.
Em relevos curvo-me á geografia
Desse homem que me faz viajar
Quando sua boca vem me beijar
São dias de completa magia, asas á fantasia.
Mar, Mário, que me faz encontrar,
A direção, o sentido do verbo amar!

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