quarta-feira, 29 de julho de 2009

Memórias



Memórias

Pacificados loucos ventos dos Andes.
Mutismo. Silente ramos nivosos.
Águas mansas despontam á margem,
Sobreviventes e parecem tão indefesas.
Terra vulcânica...De súbito um guerreiro
Mapuche galopa e num estalar de dedos
Desaparece.
São sensações, fotografia, memórias onde
O condor não se faz ausente.
Til-til...Canta passarinho, o copihue floresce.
O cobre retrata, Neruda e o lápis - lazúli sua
Amada. Pedro de Valdívia mantém-se na praça,
O povo nas ruas, passeio al moneda.
Meu filho tão pequeno olha-me, dá risada.
Olhos que herdaram os traços, sangue latino.
È bebê ainda, não entende o que se passa...
A angústia que paira no ar entra pelos poros
Sem pedir licença. Dói a dor alheia, sem querer
Nos tornamos parte da parte mais feia.
Sabe-se que o estádio chama-se Nacional,
Comoção internacional.
O destino tem lá suas surpresas, toque de
Recolher. Eu tive que me submeter.
Os anos que se seguiram foram difíceis até
A queda. Liberdade, democracia e hoje
Ao assistir ao noticiário vi o povo nas ruas.
Greve!
Ah Mestre como cantarias teus versos?
Tão sonhada foi a liberdade que o chileno
Aprendeu a não dormir de barriga vazia.

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