ESCREVI UM LIVRO NUMA TARDE EM SÃO PAULO
| Ruas em desvios são idéias, cruza-se o pensamento Nas esquinas e o céu abstrato de azul poluição pinta O concreto. Passam pássaros metálicos, a fumaça Emerge e me impede de respirar. Fábricas a produzirem sentimentos, o salário e tão Mínimo, não dá para o pão. Num senão, um homem surge com um cartaz: _Pare que quero descer! Na parafernália do dia as mulheres lavam as panelas Vazias. São todas Marias, abençoadas, apinhadas de Filhos na barra das saias. Ouço vaias, há um comício...Um político dá show Manchado de ovos e verduras podres. O povo grita: _Saia! Saia! E nas sete saias da cigana parada perto da estação Ferroviária os camelôs escondem as muambas dos fiscais de uniformes plúmbeos...E os pombos a esperar a pipoca que cai das mãos de um mendigo. E eu poeta vagabundo tento abraçar o mundo quando Um motorista embriagado que escapou do bafômetro, Deixa-me abobado. Gira o mundo nos meus olhos, vejo Estrelas consternadas (elas não dizem nada) apenas Observam e anotam na caderneta: Homem atropelado! Chega a ambulância do SUS, horas depois e encontra-me De livro pronto. Levei dezenas de pontos, não acertei a Mega Sena, porém escrevi tudo o que estava engasgado! |
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