“Ama a terra em que nasceste”
Pensas que tenho credos?
No amanhecer a algo me apego
D’alva só tu acalmas o medo
Contigo não há dor nem pespego.
Pensas que tenho tesouros?
Vês o verde bandeira da floresta
O leito que a natureza me empresta
E tu me falas em mau agouro?
Pensa que tenho amores?
Olha o jardim das nuvens do céu
Há primores nas flores, há o mel
Minha pátria amada de pendores!
“Sou poeta, não tenho religião,
Creio nos versos que virão.
A lua hoje está de prontidão,
À noite vai ter serão!”
OLAVO BILAC
Soneto à Pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este!
Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta!
A Natureza, aqui perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que a vida há no chão! Vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! Jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece.
Criança! Não verás nenhum país como este!
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
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